Com a estreia de "The Runaways" nos cinemas brasileiros, bem próxima amanhã \o/ já temos algumas criticas, no caso dessas construtivas, á respeito do filme. Confiram!
Roqueiras pioneiras
Dakota Fanning e Kristen Stewart arrebatam como as jovens rebeldes de The Runaways – Garotas do Rock,
mas a história não traz nada de novo.
TALVEZ O NOME THE RUNAWAYS não signifique nada para a nova geração, mas quem curtia rock nos anos 70 sabe que aquela foi a primeira banda formada só por mulheres. Embora tenha derrubado barreiras e aberto as portas desse gênero musical para o sexo feminino, sua história não difere da de outra penca de grupos que estouraram e implodiram com a mesma velocidade. A trama é livremente inspirada na autobiografia de Cherie Currie, a vocalista, uma tigresa cujo visual era uma fusão de David Bowie e Brigitte Bardot. A guitarrista Joan Jett, hoje em carreira solo, foi produtora-executiva do filme e a italiana Floria Sigismondi estreia como cineasta após comandar videoclipes de nomes como The Cure e Björk. Floria tem apreço pelo cenário underground e a trupe de The Runaways era das mais rebeldes.
A ascensão e a queda da banda não escapam da fórmula sexo, drogas e rock’ n’ roll, e a diretora investe na estética e na música, em detrimento dos conflitos pessoais das protagonistas. É uma obra imperfeita, que desliza na dramaturgia, mas chama a atenção pelo desempenho de duas jovens estrelas – essas, sim, muito conhecidas da moçada. O prodígio Dakota Fanning, que fez a filha de Tom Cruise em Guerra dos Mundos, entra de atropelo na adolescência e é puro vigor na pele da jovem drogada, bissexual, carente e perdida que foi Cherie. É uma Dakota como nunca se viu, uma atriz pronta para maiores desafios. E os fãs de Kristen Stewart, a romântica Bella Swan da saga Crepúsculo, vão ficar chocados com a hardcore Joan Jett que ela interpreta aqui. No fim das contas, a fita vale pelo desabrochar das atrizes. Em tempo: a neta do rei Elvis Presley, Riley Keough, vive a irmã de Cherie.
*Crítica do CINEWEB
SÃO PAULO (Reuters) – Na adolescência, Joan Jett queria aprender a tocar guitarra, mas um professor de violão insistia: guitarra não é coisa de mulher. E, mais uma vez, tentava ensinar-lhe uma musiquinha quase infantil – para desespero da garota, que se revoltava e, mais tarde, se tornaria uma das maiores roqueiras do mundo. Ao menos essa é a história de “The Runaways – As Garotas do Rock”, que estreia em circuito nacional.
Kristen Stewart – a Bella da série “Crepúsculo” – interpreta Joan. A personagem tem um papel importante no longa da diretora estreante Floria Sigismondi, mas o filme é mais sobre Cherie Curie, cantora e colega de Joan na banda The Runways, do que sobre a guitarrista, que acaba ficando para segundo plano na história. Cherie é interpretada por Dakota Fanning, que aliás também participa da série “Crepúsculo”.
O filme acompanha a ascensão da banda The Runaways – que teve seu auge entre 1975 e 1979 – um processo regado a drogas e sexo. Tudo isto é retratado de forma um tanto branda em se tratando da liberdade dos anos 1970. Por sua vez, o visual do filme, com diferentes texturas, cores e luzes, traduz bem o que era ser jovem naquela época, dominada pelos excessos da era pré-Aids.
No centro da trama estão Joan, Cherie e o homem que as uniu: o empresário Fowley (Michael Shannon, de “Foi apenas um sonho”). Ele teve a percepção de unir o talento musical de Joan com a beleza e a ferocidade de Cherie, criando logo o hit “Cherry Bomb”.
As meninas eram o que se chama “jailbait” (em bom português, “chave de cadeia”). Menores de idade, elas transferiram para a música, coreografia e figurinos seus hormônios juvenis em ebulição. A combinação rendeu milhões e a fama repentina.
Há no filme um dilema entre ser a mulher-objeto que satisfaz as fantasias mais sórdidas (Cherie) ou manter-se fiel aos seus ideais e ao amor pela música (Joan). A escolha foi feita pelas personagens. Na vida real, como o filme mostra sem muita profundidade, Cherie mergulha num oceano de egolatria e autodestruição, que culmina em internações para desintoxicação.
O filme não procura fazer julgamentos, focando-se em retratar as artistas enquanto jovens. Neste sentido, “The Runaways” é mágico. Em sua época, a banda tornou-se uma febre mundial, como se observa numa apresentação delas em Tóquio, abarrotada de adolescentes histéricas que se vestem e maquiam como seus ídolos. Nada mal para duas garotas de 16 anos que, meses antes, contentavam-se em imitar David Bowie.
Há muito Dakota não surpreendia no cinema. Relegada ao posto de coadjuvante na série “Crepúsculo”, em “The Runaways” ela volta a dar sinais do talento promissor demonstrado em filmes como “Uma Lição de Amor”. Ela domina a cena ao encontrar a dimensão humana por trás da fama de Cherie.
Por isso, o filme é muito mais que apenas a biografia de uma banda de rock feminina. Kristen também mostra que seu talento é muito maior do que os suspiros e olhares perdidos no horizonte de Bella. Ainda assim, “The Runaways…” pertence a Dakota, até porque sua personagem é mais interessante e complexa.
Mais de três décadas depois, Joan provou que seu professor estava errado e que o rock seria sua vida. “Eu amo rock and roll” é o título e refrão de uma de suas músicas mais famosas. Cherie talvez não gostasse tanto assim de música e a fama pode ter sido obra do acaso. Independentemente disso, a história delas rendeu um filme bastante empolgante.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
Via:Sublime Kristen

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